Apesar de os antirretrovirais manterem a replicação do HIV afastada, a ação desse vírus no organismo ainda não é totalmente compreendida, mas o que se sabe é que a inflamação crônica desempenha um papel crucial na infecção. Esta condição é uma das principais causas de diabetes sendo mais frequente entre pessoas com HIV do que na população em geral.
Risco de diabetes em pessoas HIV positivo
As pessoas que vivem com HIV têm maior risco de desenvolver diabetes do que outras pessoas com características semelhantes, mas que não têm HIV. Isso tem sido amplamente estudado e comprovado ao longo dos anos. O que ainda não foi unificado é exatamente quanto maior é o risco de diabetes naqueles que vivem com o vírus HIV.
OS estudos mais recentes sobre o tema encontraram razões variadas entre 1,39 e 4 vezes maior risco de HIV em pessoas com HIV do que sem. Em geral, estima-se que o diabetes seja mais frequente em número, mas também que ocorra em idades mais jovens entre as pessoas que têm HIV em comparação com aquelas que não o têm.
Outra teoria para explicar esses dados é o papel do tratamento antirretroviral. Alguns dos medicamentos podem afetar negativamente a maneira como o corpo processa o açúcar, o que, por sua vez, pode levar alguém a ter resistência à insulina.
Somam-se a isso os fatores genéticos e individuais das pessoas com HIV, como histórico familiar de diabetes, excesso de peso, idade avançada, presença de hepatite C e lipodistrofia, ou seja, alterações na experiência corporal de distribuição de gordura vivenciadas por algumas pessoas com HIV.
Como deve ser o tratamento
O tratamento do diabetes não requer grandes ajustes quando prescrito a uma pessoa com HIV. No entanto, a resposta ao tratamento do diabetes pode ser menor em pessoas com o vírus. Às vezes é necessário substituir alguns dos antirretrovirais para reduzir a interação medicamentosa.
Recomenda-se que as pessoas com HIV meçam a glicemia antes de iniciar o tratamento antirretroviral, a fim de detectar variações que possam ocorrer em decorrência desses medicamentos e poder detectar o diabetes em tempo hábil.
Mas nem tudo está perdido. Como em todos os casos, fazer algumas mudanças nos hábitos pode ajudar a manter o diabetes sob controle:
- Ter uma dieta balanceada, limitando o consumo de açúcar refinado, sal e gorduras.
- Fazer da água a principal fonte de hidratação, evitando assim o açúcar refinado.
- Exercitar-se por 30 minutos por dia, inclusive no final de semana, se possível.
- Manter um peso moderado.
- Verificar os níveis de açúcar no sangue antes de iniciar e quando já tiver iniciado o tratamento antirretroviral.
- Não fumar.
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Ter diabetes com HIV diminui minha expectativa de vida?
Ter diabetes e HIV pode estar associado a uma sobrevida reduzida do que ter HIV sozinho. Felizmente o tratamento está disponível para ambas as condições.
Em um estudo de 2019, pesquisadores compararam o efeito do diabetes nas taxas de sobrevivência de 10.043 pessoas vivendo com HIV. Os pesquisadores descobriram que a taxa de mortalidade era quase três vezes maior em pessoas com diabetes e HIV do que apenas com HIV.
As pessoas que só tinham HIV viviam quase 1,5 anos a mais do que as pessoas que também tinham diabetes e quase 5 anos a mais do que as pessoas com HIV, diabetes e doença renal crônica.
Procurar o tratamento do diabetes o mais rápido possível pode ajudar a retardar sua progressão e prevenir complicações.
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