O Seminário da Congregação foi fundado e as celebrações das missas para surdos começaram a ser realizadas. Esse projeto durou 35 anos, porém sem uma grande estrutura: as missas eram celebradas na garagem do Seminário e não ofereciam todas as condições necessárias para o público.
Em 2012 surgiu a iniciativa de desenvolver uma estrutura para os surdos, pensada com eles e para eles e que tivesse todas as condições necessárias.
A primeira construção foi um oratório dedicado à Nossa Senhora do Silêncio, uma igrejinha de pedra onde os surdos vão para fazer suas orações pessoais.
A História
A Congregação Pequena Missão para Surdos existe há mais de 160 anos. Ela teve início na Itália quando seu fundador, padre José Gualandi, teve o primeiro contato com a realidade dos surdos.
Aprofundando-se na vida das pessoas surdas, padre José descobriu que viviam abandonadas nas cidades vizinhas ou eram escondidas dentro de casa, devido a falta de escolas para surdos na época.
Com uma pequena casa de acolhimento e dois surdos foi fundada a Pequena Missão, que ainda hoje, tem como objetivo desenvolver trabalhos com a pessoa surda, a fim de integrá-la na sociedade.
O apostolado da Congregação, desde o seu início, esteve ligado à Nossa Senhora do Silêncio. A devoção começou quando o pai de Gualandi presenteou a Missão com um quadro que leva a imagem de Nossa Senhora com os braços no peito, em formato de cruz. Assim, consagrou todos os trabalhos do filho à intercessão e cuidado da Mãe do Silêncio.
Os surdos logo se afeiçoaram à imagem e até hoje, em todas as casas, igrejas e seminários da congregação há uma réplica do quadro.
Em 1985, os padres da Pequena Missão para Surdos chegaram ao Brasil, especificamente em Londrina-PR, para trabalhar e desenvolver projetos com as pessoas surdas.
O Santuário do Silêncio em Londrina
A Igreja e futuro Santuário do Silêncio é administrada pela Pequena Missão para Surdos. Ela possui diversos diferenciais adequados à pessoa surda, como iluminação especial para que o foco esteja nos locais de atenção dos surdos (altar, ambão, sacrário, cruz e Nossa Senhora) e chão vibratório, que permite que o surdo perceba o ritmo da música através da vibração e o leva a desenvolver sensibilidade para a música.
‘’Com essa igreja projetada especialmente para os surdos, eles puderam ser incluídos na comunidade. Em outras paróquias encontramos um projeto feito para ouvintes com a presença dos surdos; aqui a Missa é pensada para o surdo com a presença dos ouvintes.”, dividiu padre Heriberto.
O padre gualandiano ressalta ainda que essa inclusão do surdo no seio da Igreja, tem como consequência a participação efetiva deles, o protagonismo da pessoa surda na paróquia. No futuro santuário há surdos acólitos, ministros da eucaristia, responsáveis pela liturgia e eles estão sempre envolvidos nos conselhos e nas decisões, porque tudo é pensado de acordo com sua realidade.
A Igreja para surdos não trouxe apenas transformações para a vida destes, mas para os ouvintes que fazem parte da comunidade: a pessoa surda testemunha a importância do silêncio, de sair do barulho do Mundo e encontrar espaço para a vida interior.
Fonte: Vaticano/Cancao Nova/Ibere Internacional